sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Cynthia 13
Quando chegou ao portão, antes mesmo de estacionar o carro, já se avistava aquela figurinha parada a esperar ansiosamente. Ao certificar-se de que era ela, Marcelinho veio correndo em sua direção; deram um abraço daqueles que somente os que se amam conseguem dar. Ficaram ali abraçados por alguns instantes, mas para ela o tempo parecia ter parado. Sentia sua alma cicatrizando como num passe de mágica, enquanto sentia as batidas daquele coraçãozinho contra o seu peito. Depois de muitos beijos e olhares, a mãozinha estendida lhe ofereceu um chocolate. Um simples e singelo chocolate, mas para ela significava mais do que qualquer pedra preciosa. Ficou emocionada com a atitude tão acolhedora e amorosa, mesmo após tantos meses sem se verem. Sorriu por dentro, satisfeita por se saber tão amada, por se sentir tão querida. Há muito não recebia tanto carinho verdadeiro de alguém.
Passaram um fim de semana como nunca antes tiveram. Apenas eles dois, sem estranhos ou terceiros para quebrar aquela harmonia e o clima de saudades e reencontro. Pularam e brincaram na piscina como duas crianças da mesma idade, deslumbradas com as brincadeiras e jogos aquáticos.
Cynthia não tinha consciência de que estava com tantas saudades do seu menino querido. Foi se dando conta aos poucos, enquanto se soltavam um com o outro, como que numa brincadeira tácita de redescobrimento, de reconhecimento mútuo, como uma leoa que lambe e cheira seu filhote a fim de marcá-lo para não perdê-lo. Cynthia e Marcelinho estavam marcados, tatuados, um na alma do outro, desde sempre e para sempre. Seria apenas questão de tempo.
*******
Cynthia 12
Foi então que numa manhã de Domingo, sob o eclipse parcial da lua, que Cynthia, sentada na varanda e pensando no futuro, sentiu muito medo!
Pensou em como seria após a morte de sua mãe; apesar de terem uma relação delicada e difícil, eram amigas e se amavam Depois da morte de seu pai e grande amigo, Cynthia havia sido apresentada ao sentimento de se sentir realmente só. Sem sua mãe, tinha a impressão de que esse sentimento seria ainda pior, pois mãe é mãe! Por mais estranha que a relação delas fosse, eram íntimas e Cynthia sabia que sua mãe era a única pessoa com quem podia falar certos assuntos, mesmo que não fosse compreendida, na maioria das vezes.
Pensou também na relação com seu irmão, cada vez mais distante. Nunca foram daquele tipo de irmãos que andam juntos para baixo e para cima, mas a distância que havia se instalado entre eles nos últimos anos a incomodava demais! A entristecia e deixava-a melancólica.
Todos esses pensamentos foram enchendo sua alma de medo. Medo do vazio do futuro. O que seria dela nos próximos natais e anos novos? E nos aniversários e Páscoas?
Extremamente incomodada, foi obrigada a ceder a um sentimento que, havia tempo, vinha tomando proporções cada vez maiores dentro dela. Nesse dia ela não conseguiu se esquivar e teve de admitir: a maternidade a estava incomodando, e muito!
Abriu uma cerveja e começou a se lembrar de sua experiência maternal com seu enteado, a quem chamava de filhote e por quem chegara a ser chamada de mãe.
Sabia que aquele assunto ficaria em pauta, aguardando o devido tempo para ser metabolizado. Muitas incertezas, dúvidas e pensamentos conflitantes estavam enchendo sua cabeça e fazendo-a ter a sensação de que havia chegado a uma encruzilhada; precisava parar e descobrir qual caminho seguir. Mas tinha uma certeza: já estava grávida!
Pensou em como seria após a morte de sua mãe; apesar de terem uma relação delicada e difícil, eram amigas e se amavam Depois da morte de seu pai e grande amigo, Cynthia havia sido apresentada ao sentimento de se sentir realmente só. Sem sua mãe, tinha a impressão de que esse sentimento seria ainda pior, pois mãe é mãe! Por mais estranha que a relação delas fosse, eram íntimas e Cynthia sabia que sua mãe era a única pessoa com quem podia falar certos assuntos, mesmo que não fosse compreendida, na maioria das vezes.
Pensou também na relação com seu irmão, cada vez mais distante. Nunca foram daquele tipo de irmãos que andam juntos para baixo e para cima, mas a distância que havia se instalado entre eles nos últimos anos a incomodava demais! A entristecia e deixava-a melancólica.
Todos esses pensamentos foram enchendo sua alma de medo. Medo do vazio do futuro. O que seria dela nos próximos natais e anos novos? E nos aniversários e Páscoas?
Extremamente incomodada, foi obrigada a ceder a um sentimento que, havia tempo, vinha tomando proporções cada vez maiores dentro dela. Nesse dia ela não conseguiu se esquivar e teve de admitir: a maternidade a estava incomodando, e muito!
Abriu uma cerveja e começou a se lembrar de sua experiência maternal com seu enteado, a quem chamava de filhote e por quem chegara a ser chamada de mãe.
Sabia que aquele assunto ficaria em pauta, aguardando o devido tempo para ser metabolizado. Muitas incertezas, dúvidas e pensamentos conflitantes estavam enchendo sua cabeça e fazendo-a ter a sensação de que havia chegado a uma encruzilhada; precisava parar e descobrir qual caminho seguir. Mas tinha uma certeza: já estava grávida!
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