segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cynthia 13

  

Quando chegou ao portão, antes mesmo de estacionar o carro, já se avistava aquela figurinha parada a  esperar ansiosamente. Ao certificar-se de que era ela, Marcelinho veio correndo em sua direção; deram um abraço daqueles que somente os que se amam conseguem dar. Ficaram ali abraçados por alguns instantes, mas para ela o tempo parecia ter parado. Sentia sua alma cicatrizando como num passe de mágica, enquanto sentia as batidas daquele coraçãozinho contra o seu peito. Depois de muitos beijos e olhares, a mãozinha estendida lhe ofereceu um chocolate. Um simples e singelo chocolate, mas para ela significava mais do que qualquer pedra preciosa. Ficou emocionada com a atitude tão acolhedora e amorosa, mesmo após tantos meses sem se verem. Sorriu por dentro, satisfeita por se saber tão amada, por se sentir tão querida. Há muito não recebia tanto carinho verdadeiro de alguém.


Passaram um fim de semana como nunca antes tiveram. Apenas eles dois, sem estranhos ou terceiros para quebrar aquela harmonia e o clima de saudades e reencontro. Pularam e brincaram na piscina como duas crianças da mesma idade, deslumbradas com as brincadeiras e jogos aquáticos.

Cynthia não tinha consciência de que estava com tantas saudades do seu menino querido. Foi se dando conta aos poucos, enquanto se soltavam um com o outro, como que numa brincadeira tácita de redescobrimento, de reconhecimento mútuo, como uma leoa que lambe e cheira seu filhote a fim de marcá-lo para não perdê-lo. Cynthia e Marcelinho estavam marcados, tatuados, um na alma do outro, desde sempre e para sempre. Seria apenas questão de tempo.

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