Confesso que não sabia que iria sentir tanta falta da Cynthia. Achei que seria mais fácil deixá-la partir, mas vejo que não. Ao longo de nossa convivência fui acompanhando suas transformações e cada vez mais fui gostando da mulher que foi se desenhando sem que eu percebesse. Desses tantos meses de convivência nasceu uma bonita amizade. Seus pontos de vista e suas experiências de vida me ajudaram a ver as coisas sob um prisma diferente. O que pensei ser um fim não passava de uma temporada de férias. O vínculo que foi criado entre nós é verdadeiro e sincero, agora me dou conta disso.
Nós duas mudamos e, juntas, nos ajudamos mutuamente a suportar os momentos de tormenta. Hoje somos pessoas diferentes, mulheres mais seguras, mais fortes e maduras. Ganhamos com as experiências do passado. Daqui para frente vamos continuar juntas, cada qual com seu caminho, mas seguiremos aprendendo uma com as dores e alegrias da outra.
Mais do que tudo, descobri que não quero deixá-la ir! Preciso dessa faceta “Cynthia”. Ela me equilibra e me acalma, me escuta e me entende. Somos paradoxalmente parecidas. Aprendi a amá-la com seus defeitos e qualidades, incondicionalmente. Aceitar-me significa aceitar e respeitar todas as minhas facetas. Cynthia é apenas uma delas, e por ora, o que desejo é continuar a conhecê-la ao mesmo tempo em que vou conhecendo a mim mesma, como irmãs que dividem suas aventuras e decepções e aprendem juntas a viver.
Nessa fase solitária da minha vida, descobrir essa companheira de jornada é motivo de muita felicidade. Grata surpresa. Fui arrebatada pela personalidade forte e rica de uma mulher a quem eu criticava tanto. Nossas diferenças transformaram-se em amizade. Tapa com luva de pelica. Aceito a pegadinha da vida e agradeço ao destino pelo brinde. Estou pronta para o retorno de Cynthia e para as lições que ela me traz.
Muita Luz!
Ayam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário